O espetáculo conta a história de Adê: espírito feminino cansado de não completar ciclos longos de vida na terra, desencarnando sempre antes dos trinta anos,   resolve, então, exigir do panteão de Deusas e Deuses seu lugar junto a ela/es, solicitando seu entronamento. Partindo disso ela começa a abrir as gavetas das memórias de suas vidas passadas para tentar compreender onde poderá existir um erro, uma falha capaz de justificar suas mortes sempre tão precoces. Coroação em três atos. Não se nasce deusa, torna-se. Três atos de intensidades distintas que passeiam pela descontração, escárnio e tensão numa grande montanha russa de provocações e sensações de desconforto. A presente obra dramatúrgica retrata a história de um espírito ancestral feminino, Adê, que desistiu de reencarnar depois de ter sofrido por amor na sua última encarnação entre os anos de 1997 e 2020. Percebendo que havia morrido em decorrência da traição de um grande amor, ela percorre por algumas velhas memórias para desafiar e provar aos deuses do além-terra, protetores da natureza e dos humanos, que ela precisa se tornar um deles. Assim, após uma longa e intensa jornada, ela é coroada e entronizada como a deusa Ade, a Grande Rainha ou, simplesmente, a Grande Rainha. A deusa protetora daqueles que sofrem por amor e lutam por liberdade.